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Resumo

O Rio Grande do Sul é responsável por 50% da produção nacional de uva e 90% da produção nacional de sucos, vinho e outros derivados, sendo o maior produtor do Brasil. A produção de derivados da uva gera grandes quantidades de resíduos agroindustriais, que podem representar até 30% do peso total da uva processada e quando descartados de maneira incorreta, podem tornar-se poluentes. Com isso, o objetivo do presente trabalho foi otimizar a produção de biomembranas a partir da fermentação dos resíduos do processamento da uva. Para tanto, foi realizada a coleta dos resíduos do processamento de uvas tintas nas indústrias de Bento Gonçalves. Após, foram realizados cultivos em meio estático, por 14 dias, utilizando o resíduo agroindustrial da uva, glicose e sacarose através de um planejamento fatorial 2³ com metodologia de superfície de resposta para avaliar o rendimento, espessura, biodegradabilidade, solubilidade e umidade das biomembranas. Os meios de cultura tiveram como fonte de nitrogênio as folhas de Camellia sinensis. As membranas celulósicas desenvolvidas a partir da conversão das fontes de carbono em celulose bacteriana foram colocadas em estufa a 35°C para secagem. O planejamento fatorial mostrou que houve diferença significativa a 94% de confiança para pelo menos uma das variáveis estudadas no rendimento das biomembranas. As biomembranas relativas aos ensaios com 65, 30 e 30 g/L de resíduo, sacarose e glicose, respectivamente apresentaram maior flexibilidade, resistência e espessura. A aplicabilidade das membranas mostrou-se promissora, ao aplicar a celulose bacteriana como membrana de troca de prótons em células combustíveis. As mesmas, quando puras, apresentaram condutividade iônica de 2,0, superiores aos valores encontrados na literatura pesquisada. Sendo assim, o trabalho apresenta relevância social, ambiental e científica ao desenvolver uma alternativa aos plásticos e aos resíduos do processamento da uva.

Palavras-chave: Celulose bacteriana, Resíduo agroindustrial, Uva