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Resumo

Detectada pela primeira vez na Índia, a mutação do vírus Sars-CoV-2 conhecida como variante delta já foi registrada em mais de 130 países. É considerada uma variante de preocupação por ser mais transmissível do que as anteriores. Apesar de ser a variante dominante no Brasil, a delta não teve aqui o mesmo impacto que teve em outros locais. O motivo para isso ainda não é claro. O objetivo do presente estudo foi avaliar os impactos das mutações do coronavírus no Brasil. Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo de caráter transversal no qual foram analisados os sequenciamentos do genoma completo do vírus Sars-CoV-2 no banco de dados do NCBI. Com base em revisão de literatura foram identificadas as mutações mais importantes nas linhagens mais predominantes no mundo e suas semelhanças moleculares. Foi realizada uma correlação entre o aumento de casos, mortes e internações a partir da detecção de casos de novas variantes em alguns países. Foi realizada a comparação do impacto das variantes gama e delta no Brasil a partir da confirmação do primeiro caso confirmado. Observa-se, o crescimento abrupto de casos da variante delta desde o primeiro caso em vários países. No Brasil, mesmo após a variante delta ter se tornado prevalente em grande parte dos Estados, não se observou um aumento expressivo no número de casos. Isso pode se dever, em parte, às campanhas de vacinação. Em relação a variante delta ela compartilha as mutações E484K e D614G. A mutação de D614G é uma mutação onde uma alteração em um único par da base do DNA causa a substituição do ácido aspártico com glicina. Ela torna o vírus mais suscetível ao soro convalescente. Já que o soro convalescente é rico em anticorpos de paciente curados da Covid-19, e essa mutação é encontrada nas variantes gama e delta, aventou-se a possibilidade de que a população brasileira anteriormente exposta à variante gama, possa ter maior imunidade do que a população de outras partes do mundo.

Palavras-chave: SARS CoV-2, variantes, mutações