Ciências Exatas e da Terra
Química
Resumo
Uma das alternativas para substituir coagulantes inorgânicos como sulfato de alumínio no tratamento de águas de alta turbidez são os biocoagulantes, conceituados como sendo coagulantes naturais obtidos de fontes renováveis. O biocoagulante utilizado neste trabalho foi a quitosana, que pode ser obtida através da quitina, um dos polissacarídeos mais abundantes do planeta. A solução coagulante de quitosana foi preparada dissolvendo-se o biopolímero em HCl 0,1M. Soluções aquosas de sulfato de alumínio também foram preparadas e utilizadas como coagulante de referência. Os ensaios de coagulação/floculação/sedimentação foram realizados em equipamento JarTest, seguindo condições pré-estabelecidas de tempos de rotação e amostras de água de alta turbidez preparadas em laboratório e coletadas em campo (amostras reais). Após os testes em escala piloto (1L) e obtenção das melhores dosagens do biocoagulante, foram realizados ensaios com volumes maiores de água (20L), objetivando estudar a reprodutibilidade e escalabilidade do tratamento. O último passo consistiu na elaboração de um kit portátil aplicável no tratamento de águas de alta turbidez (acima de 1.000NTU). Os resultados com as amostras de laboratório mostraram eficiências de remoção de turbidez acima de 99% para a quitosana, aplicando-se dosagens bem menores do que aquelas utilizadas para o sulfato de alumínio. Nos testes com as amostras reais, a quitosana manteve a sua eficiência como biocoagulante, tendo remoção de cor e turbidez maior que 99%. Os ensaios em larga escala (20L) mostraram manutenção da eficiência do tratamento; o protótipo criado mostrou-se de fácil manuseio e baixo custo (R$10,00).
Palavras-chave: Tratamento de água, Quitosana, Química verde