Ciências Humanas
História
Resumo
O objeto desse trabalho é a diáspora africana no espaço sul-rio-grandense, considerando o contexto colonial. Tal temática é latente, ainda mais na região sul, o que se dá por efeitos de apagamento pelo racismo em relação às memórias e à história da população preta. Em vista disso, o objetivo deste trabalho é depreender os aspectos específicos da população escravizada de Porto Alegre entre 1797 e 1803 considerando as conjecturas gerais da capitania do Rio Grande de São Pedro, aspectos tais quais as suas diversidades étnico-raciais, suas relações na sociedade escravista, suas famílias, suas origens e seus nascimentos. Para tanto, primeiramente, buscou-se compreender o processo de exploração colonial e sua conexão ao comércio de escravos, depois, o tráfico à capitania do Rio Grande de São Pedro, a escravidão na mesma capitania e, por fim, as ideias de raça, as relações dos escravizados e as suas origens conhecidas. A partir de tal arcabouço, utilizou-se como metodologia a avaliação dos assentos de batismo de escravizados registrados nos livros da matriz da freguesia de P. Alegre, a Igreja Nossa Senhora Madre de Deus, entre 1797 e 1802, encontrados no FamilySearch. Além de se aproveitar dos mapas da população de anos próximos localizados no Arquivo Histórico Ultramarino – Projeto Resgate, trabalhados em projeto precedente de mesmo título principal, apresentado na 2ª FEBITEC, para haver um entendimento geral das proporções da população na área de Porto Alegre. Deste modo, captou-se satisfatoriamente as ligações por compadrio, a estrutura legal das famílias, as quantidades de africanos e afrodescendentes, as denominações étnico-raciais, entre outros fatores, isto é, captou-se uma parte das Áfricas do Rio Grande do Sul e se deu passos na luta antirracista.
Palavras-chave: Escravidão, Registros batismais, Compadrio