Ciências da Saúde
Nutrição
Resumo
A depressão consiste em um distúrbio mental, que afeta atualmente mais de 300 milhões de pessoas. Uma área de pesquisa que tem obtido grande sucesso ao relacionar-se com a depressão é a da microbiota intestinal (MI). Esta é constituída por microorganismos que habitam o intestino e atuam em diversos âmbitos, desde a digestão de alimentos até a produção de neurotransmissores. Pesquisas sugerem uma relação entre a depressão, o consumo regular de alimentos ricos em fibras e a MI. Nesse contexto, este estudo se direciona ao consumo de fibras β-glucano, presentes na dieta básica dos brasileiros, e tem como pergunta norteadora: qual a relação entre o metabolismo da fibra β-glucano e o transtorno depressivo? Acredita-se que seria possível explicar porque uma dieta rica em fibras está inversamente relacionada à presença do transtorno a partir do metabolismo de fibras β-glucano feito por diferentes espécies da MI. A metodologia consiste em uma revisão de literatura e análises bioinformáticas. Para testar essa hipótese foi, primeiramente, realizada a seleção de bactérias da MI que estão reduzidas na presença da depressão e ligadas a saúde e bem-estar, sendo elas: Faecalibacterium prausnitzii, Coprococcus spp. e Dialister spp.. Então, foram delimitados 9 genes produtores da β-glucanase (enzima que metaboliza β-glucano), oriundos de bactérias da MI humana com baixo potencial patogênico. A próxima etapa consistirá numa correlação bioinformática, buscando se o genoma das bactérias reduzidas apresenta semelhanças aos genes da enzima. Logo, indicando que essas bactérias também metabolizariam a fibra e conectando a doença e a MI ao consumo de β-glucano. Até o momento, os dados apontam que 9 bactérias da MI apresentam o gene bacteriano da β-glucanase, mas ainda não há evidências suficientes para corroborar ou refutar a hipótese adotada.
Palavras-chave: Microbiota intestinal, Depressão, Fibras β-glucano