Ciências Sociais e Aplicadas
Serviço Social
Resumo
A chamada pobreza menstrual atinge cerca de 26% das adolescentes brasileiras entre 15 e 17 anos, isto significa que essas meninas não têm condições financeiras para comprar os próprios absorventes. A Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, reconheceu que o direito à higiene menstrual é uma questão de saúde pública e de direitos humanos, estimando que uma em cada dez meninas perdem aula quando estão menstruadas. Assim como a saúde sexual e reprodutiva feminina, a menstruação continua sendo tratada como tabu, afetando negativamente meninas e mulheres que lidam com temas que são naturais e biológicos, como se fossem estigmas. A autora Simone de Beauvoir, em sua obra “O segundo sexo” já tratava do tema e apresentava uma diferença abismal entre a forma como lidavam com a puberdade de meninos e meninas. A autora dizia que na puberdade o órgão sexual masculino simboliza a virilidade, promovendo um valor de prestígio aos homens, porém no caso das mulheres, a menstruação simboliza a feminilidade e podia ser encarada como uma maldição, já que evidencia a maturidade reprodutiva. Tal tabu impõe comportamentos sociais e governamentais no trato de meninas e mulheres que menstruam. Diante disso, o projeto tem como proposta, por parte de estudantes de ensino médio técnico, desenvolver um protótipo de uma máquina para produção de absorventes higiênicos de baixo custo não convencionais, comparando-se à produção sistematizada em indústrias de fraldas e absorventes, podendo ser reproduzida por e para outras pessoas em diferentes condições, buscando gerar tanto a emancipação feminina quanto a higiene menstrual e até mesmo a emancipação financeira.
Palavras-chave: Pobreza Menstrual, Saúde Feminina, Absorventes