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Resumo

Os estudos sobre lixo marinho iniciaram na década de 70, mas ainda assim existem lacunas de conhecimento. Em especial sobre a contaminação proveniente dos microplásticos (MPs). Esses são materiais oriundos do plástico, com até 5 mm, com alta dispersão e acúmulo até mesmo em ambientes remotos. Atualmente, os equipamentos de pesquisa para estudar MPs, possuem custos altos, e assim acabam se restringindo à parte da comunidade científica que detém recursos. Porém, entendemos que, se houver um maior número de usuários capazes de fazer investigações (cientistas cidadãos) coletando e analisando MPs, se terá uma maior quantidade e qualidade de informações. Considerando isso, o objetivo foi desenvolver um equipamento menor, de mais fácil manuseio e mais barato, dentro dos parâmetros científicos atuais. Além disso, buscou-se adaptar métodos de identificação de MPs para que cidadãos autônomos possam realizar essa tarefa. O projeto foi dividido em três etapas: construção da rede de coleta - NOIVA (Novo objeto de investigação ambiental), coleta de dados e análise de laboratório. Todas as etapas foram baseadas no trabalho 'Lady and The Trawl', porém com as adaptações necessárias às condições locais. As coletas com a NOIVA ocorreram no local de estudo que foi o Complexo Estuarino de Paranaguá, litoral do Paraná, (número de amostras =12). A identificação da quantidade e qualidade de MPs foi realizada no laboratório do Instituto Federal do Paraná-Campus Paranaguá. Foram identificados 49 MPs, classificados como espumas, fragmentos, filmes e fios. Pode-se concluir que o equipamento é realmente apto a atingir os objetivos propostos, ou seja, a NOIVA é um objeto de pesquisa de fácil acesso e confecção para o monitoramento de MPs. O método adotado para identificação também se apresentou de fácil aplicação. Considerando essas conclusões, entende-se que o conjunto (NOIVA + identificação) criado colabora para o desenvolvimento da ciência cidadã.

Palavras-chave: Microplástico , Ciência cidadã, Lixo no mar