Ciências Biológicas
Genética
Resumo
Sabe-se que a maioria dos pacientes que enfrentam o câncer cerebral também enfrentam a depressão, por isso há uma tendência maior ao uso de antidepressivos. Porém, ainda há uma dúvida se o uso simultâneo desses medicamentos poderia atrapalhar a ação de quimioterápicos usados no tratamento oncológico. Assim, o projeto tem como proposta utilizar uma cultura celular de glioma, exposta à uma certa quantidade de um antidepressivo (fluoxetina) e ao quimioterápico (temozolomida), e avaliar a porcentagem de viabilidade celular nas diferentes condições a que elas foram expostas, para comparar o efeito do antidepressivo nesse tratamento, investigando se a fluoxetina prejudica ou potencializa a eficiência do quimioterápico. Pensando também no âmbito socioeconômico, optamos por utilizar como material de pesquisa, o antidepressivo fluoxetina que é relativamente acessível a todos os públicos. Já o quimioterápico escolhido foi a temozolomida, que é o medicamento padrão e mais utilizado no tratamento de gliomas. O experimento foi realizado no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, onde utilizamos uma determinada linhagem de células cancerígenas de glioblastoma em estágio IV conhecida como U251MG-WT. Células expostas ao quimioterápico durante 72h apresentam menor viabilidade celular de forma crescente com a concentração do medicamento. Ao colocar o quimioterápico junto com o antidepressivo, observamos que na média não houve uma diferença significativa na viabilidade celular do glioma. Isso indica que a hipótese de que o antidepressivo afetaria a ação do quimioterápico foi refutada. Notamos também que somente a fluoxetina sozinha em alta concentração (20 μM) diminuiu a viabilidade das células analisadas. Entretanto, houve uma grande variação entre as repetições realizadas e para termos um resultado mais confiável seria necessário realizar o experimento mais vezes.
Palavras-chave: Temozolomida, Fluoxetina, Glioblastoma