Ciências Humanas
Antropologia
Resumo
A realização deste projeto teve como seu principal objetivo descrever as estruturas de produção, repartição e consumo nas pescarias de Marataízes - ES. Na pesca da lagosta, são encontradas três lagostas: a vermelha (Panulirus argus), conhecida como loira; a verde (P. Laevicauda), conhecida como preta; e a sapateira (Scyllarus Aequinoctialis). Dentre essas lagostas, a mais procurada é a lagosta vermelha. O método para sua captura é uma armadilha, e o equipamento utilizado é o covo, no qual é colocada uma isca para atrair a lagosta. Nesse processo, o pescador usa a sonda que manda e recebe sinais sonoros no mar, identificando a terra calcária, local em que se encontra a lagosta. Após essa etapa, utiliza-se o GPS, que marca a posição encontrada pela sonda. Em seguida, a garateia é utilizada para fixar o covo no fundo do mar. Após alguns dias, os pescadores voltam para a posição marcada e fazem a miragem. O rolo é um equipamento mecânico responsável por auxiliar a puxada dos covos. A pesca do polvo (Octopus americanus e Octopus insularis) utiliza outro tipo de armadilha, o pote. O polvo confunde o pote com um abrigo seguro, por causa da área interna do pote ser pequena e haver apenas uma entrada, a qual o povo bloqueia com pedras e calcário do mar. Na repartição do lucro, as duas pescas têm uma abordagem distinta. A lagosta utiliza o método com porcentagem e o lucro total é dividido em: 30% para o dono do barco; 30% para o mestre do barco; sobrando 40% para serem divididos entre os quatro camaradas, ficando 10% para cada. Já no polvo, não se utiliza porcentagem, pois o pescador ganhará de acordo com a captura do seu pote, sendo um lucro individual.
Palavras-chave: Pesca, Lagosta, Tradição