Ciências Humanas
Sociologia
Resumo
Este trabalho tem como objetivo abordar a influência que a diferença de recursos econômicos tem nos marcos de desenvolvimento emocional e social de crianças. A pesquisa justifica-se devido à escassa produção de trabalhos acadêmicos acerca do desenvolvimento emocional de crianças socialmente carentes, assim como à relevância do entendimento do tema dentro do contexto de desigualdade social do Brasil. O estudo centrou-se na faixa etária de crianças de 4 a 6 anos, período em que as habilidades sociais já podem ser observadas. Dois grupos de diferentes classes sociais foram escolhidos com fins comparativos, um sendo de uma escola privada e outro de uma instituição municipal, ambas no mesmo município. De acordo com a Teoria do Apego, proposta por John Bowlby, entende-se que a construção do apego consiste na contribuição e atenção do cuidador às necessidades fisiológicas e, quanto mais segurança houver na relação de apego, mais desenvolvida será a capacidade emocional da criança. Foi estudado a respeito dos marcos do desenvolvimento, que estabelecem o que é previsto em determinada idade, para que pudessem ser elaborados os itens de uma checklist do que é esperado observar no comportamento das crianças. A metodologia consistiu na imersão em ambos os casos, na análise comportamental e em entrevistas com os docentes das escolas, com perguntas baseadas no estudo bibliográfico. Por fim, foi feita uma análise comparativa entre as duas realidades investigadas. As análises permitem afirmar que há uma discrepância entre as crianças que possuem mais oportunidades e estímulos devido à sua condição financeira e o meio em que estão inseridas e as que não possuem as mesmas vantagens. Encontramos algumas diferenças comportamentais, como dificuldades diversas em que as crianças de carência financeira enfrentam, também há um obstáculo em suas relações e no entendimento de seus sentimentos. É perceptível que as crianças economicamente carentes indicam atraso na fala e no desfralde, além das questões comportamentais.
Palavras-chave: Crianças , Desenvolvimento Emocional , Padrão de Vida