Ciências da Saúde
Medicina
Resumo
Entre os anos 2010 e 2019, no Brasil, foram registrados mais de 6 mil casos de microcefalia, uma malformação congênita caracterizada pelo perímetro cefálico reduzido para a idade gestacional e alterações no sistema nervoso central no nascimento, tendo sido percebido um aumento. Somente nos anos de 2015 a 2017, devido ao aumento na ocorrência de casos de microcefalia, relacionado à epidemia de vírus Zika no país, foram registrados 4.595 nascidos vivos com essa malformação congênita. Um dos efeitos neurológicos que acomete bebês e crianças com microcefalia é a potencialização dos espasmos epiléticos (convulsões). Os portadores da síndrome costumam apresentar incidência alta de crises epilépticas já no primeiro semestre de vida, e, de acordo com os dados dos estudos de crises epilépticas em crianças com síndrome congênita do Zika vírus, do IMIP, em 2016, há a tendência de que pelo menos cerca de 40% das crianças apresentem algum tipo de crise epiléptica. Esses dados constroem um panorama dramático acerca da condição dos portadores da malformação, que são extremamente afetados pelos eventos convulsivos de epilepsia. Apesar de ser uma problemática reconhecida no país, os tratamentos no mercado, no entanto, apresentam-se de maneira inacessível financeiramente (sendo oferecidos a partir de R$ 300,00), e não são capazes de tratar imediatamente crises convulsivas de crianças pequenas, além de oferecerem riscos à saúde a esse grupo populacional por conta de efeitos adversos extremos, que podem levar até à morte. Desenvolveu-se, então, o estudo de uma alternativa aos medicamentos antiepiléticos tradicionais, utilizando o composto trans-resveratrol micronizado, seus efeitos anticonvulsivos e atuações como substância natural antioxidante e anti-inflamatória com propriedades neuroprotetoras.
Palavras-chave: Resveratrol, Anticonvulsivo, Microcefalia