Ciências Sociais e Aplicadas
Planejamento Urbano e Regional
Resumo
No Brasil, o consumo de óleos é de cerca de três bilhões de litros ao ano e estima-se que, a cada quatro litros consumidos, um seja descartado de forma incorreta, representando mais de 700 milhões de litros lançados anualmente no meio ambiente, principalmente nos ambientes aquáticos, sem o devido cuidado. Visando contribuir para sanar tal problemática, o presente projeto busca criar e avaliar a funcionalidade de um biofiltro da fibra da taboa (Typha domingensis) para fins de adsorção de óleos lançados em pias residenciais. Para atingir os objetivos, foram realizados testes comparativos com dois materiais hidrofóbicos e oleofílicos: fibras de paina e taboa, buscando evidenciar a eficiência da taboa perante o outro material já pesquisado como adsorvente de óleo. Nos testes, as fibras da taboa e da paina foram umedecidas com suco de limão, considerado uma substância capaz de quebrar parte da gordura presente no óleo. Os resultados apontaram que o experimento mais eficiente foi o da aplicação de duas camadas de fibra de taboa para a confecção do biofiltro. Ao serem derramados sobre o biofiltro de taboa 200 ml de água e 50 ml de óleo (média que uma família usa por dia no Brasil), o biofiltro foi capaz de reter 49,95 ml de óleo, apresentando uma eficiência de 99,5% de adsorção. Com o avanço da pesquisa e dos testes, espera-se alcançar uma taxa de 100% de retenção de óleos. A pesquisa comprova que o biofiltro de taboa é uma solução sustentável, de fácil confecção e de baixo custo para o grave problema ambiental representado pelo lançamento de óleos nos cursos fluviais. O biofiltro de taboa está em estreita consonância com os ODS, especificamente os de número 6 e 14, e representa ainda uma possibilidade de ser implementado facilmente nos lares pelo fato de ser instalado nos ralos das pias, reduzindo o esforço do usuário.
Palavras-chave: Biofiltro, Óleo, Taboa