Ciências Biológicas
Microbiologia
Resumo
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 3,9 bilhões de pessoas sofrem com doenças orais não transmissíveis. Uma parcela dessa população sofre ainda mais devido ao câncer de cabeça e pescoço. Nestes pacientes há a presença da mucosite oral (aparecimento de lesões orais, dolorosas e debilitantes), que é a forma mais comum de complicação oral decorrente da radioterapia. O objetivo deste trabalho é estudar a viabilidade do uso de nanopartículas de prata (AgNPs) para o desenvolvimento de um enxaguante bucal (EB) que sirva para aliviar os sintomas da mucosite oral de pacientes oncológicos de cabeça e pescoço. As AgNPs foram obtidas através da síntese verde onde foi possível observar a mudança da coloração reacional indicando a formação das AgNPs. Fato confirmado pelo aparecimento da banda plasmon no espectro de UV-Vis. Os dados de espalhamento dinâmico da luz mostraram partículas com tamanho nanométrico e dispersão coloidal estável. Foram produzidas 4 formulações de EB com diferentes concentrações de AgNPs (0,2mM; 0,4mM; 0,6mM; 0,8mM). A estabilidade foi realizada analisando o espectro UV-Vis, pH e tensão superficial, durante 60 dias, semanalmente. Os resultados mostraram que as EBAgNP permanecem estáveis, pois a banda plasmon foi observada em todos os espectros obtidos nas quatro formulações estudadas. Em relação aos parâmetros físico-químicos (pH e Tensão superficial), eles permaneceram também estáveis, sendo ideais para a produção do EB. Todas as formulações do EBAgNP mostraram inibição amicrobiana frente a todos os microrganismos estudados, em especial a Enterococcus faecalis e Pseudomonas aeruginosa. Por fim, os resultados são promissores quanto a viabilidade da produção de EBAgNP, com grande potencial para melhorar significativamente a qualidade de vida de pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Palavras-chave: Cicatrização, Atividade antimicrobiana, Nanopartículas de prata