Engenharia
de Materiais e Metalúrgica
Resumo
Um dos principais obstáculos enfrentados no planeta atualmente é relacionado às mudanças climáticas. Dentre as diversas alternativas desenvolvidas para combater este problema, há as turbinas eólicas, as quais transformam energia eólica em energia elétrica. Entretanto, as pás das turbinas eólicas possuem uma vida útil entre 20 e 30 anos e são feitas de fibra de vidro e resina epóxi ou poliéster, um material composto e difícil de reciclar, levando ao descarte em massa desses materiais, ao final do seu prazo de validade, no meio ambiente. A universidade de Cambridge prevê que 43 milhões de toneladas de material proveniente da indústria eólica no mundo serão gerados até 2050. Logo, essa prática é extremamente danosa para o planeta, uma vez que polui a superfície terrestre, ocupa aterros sanitários e desestabiliza a biodiversidade local. Então, visando desenvolver uma solução para essa questão, este trabalho procura uma forma de reciclagem das fibras de vidro utilizadas nas pás de eólicas após o seu descarte, possibilitando que sejam incorporadas em novas pás e evitando o seu direcionamento para aterros sanitários. Para isso, optou-se por uma metodologia constituída de duas etapas. No primeiro momento, foi realizada a calcinação de amostras contendo fibra de vidro e resina poliéster às temperaturas de 350ºC, 400ºC, 450ºC e 500ºC durante 1 hora. Verificou-se, por meio da medição das massas antes e após a calcinação, que acima de 450ºC não há mais resina na amostra. Ao final do processo, o balanço de massa teórico foi calculado e verificou-se que para cada 2 gramas de resina poliéster em fibra de vidro aquecida, obtém-se 7 gramas de dióxido de carbono. O segundo passo foi a análise das amostras finais no MEV e a realização da espectrometria de raio-X, o qual permitiu concluir que o alinhamento da fibra foi mantido em todas as temperaturas, enquanto a resina só foi eliminada no intervalo de temperaturas de 450ºC a 500ºC.
Palavras-chave: Reciclagem por calcinação, Pás de usinas eólicas, Fibra de vidro