Ciências Exatas e da Terra
Geociência
Resumo
O rio Tapajós é uma das principais fontes de renda de Santarém, mas não é de hoje que se observa uma crescente degradação de seus parâmetros qualitativos. Os mais afetados pela perda de qualidade são as comunidades que vivem às margens do rio e que usufruem de uma água sem o devido tratamento indicado na legislação, o que pode acarretar implicações para a saúde da população. Este trabalho tem como objetivo desenvolver um filtro alternativo a partir do carvão ativado feito com caroços de mucajá (Acrocomia aculeata), para o tratamento de água bruta do rio Tapajós. Os procedimentos metodológicos seguiram as etapas: pesquisa bibliográfica, coleta das amostras de água em campo, análise em laboratório e desenvolvimento do filtro. As amostras foram obtidas em dois períodos considerando a sazonalidade da região: período chuvoso e seco. No preparo para o campo, foram selecionados três locais: Vila de Alter do Chão, Praia do Maracanã e Orla da Cidade. Na confecção do filtro natural, utilizou-se o endocarpo do mucajá. As análises físico-químicas das amostras de água coletadas evidenciaram que todas as amostras estavam de acordo com a resolução, no entanto, em todos os pontos analisados observou-se expressiva quantidade de sólidos totais dissolvidos e variação de pH. Embora os resultados preliminares expressem condições adequadas para as amostras coletadas, destaca-se a necessidade de um monitoramento constante, que amplie o número de parâmetros físicos e químicos, bem como sua associação com as variáveis biológicas de qualidade da água. Os primeiros testes com o filtro de água alternativo evidenciaram resultados promissores no que diz respeito aos parâmetros físicos da água, sendo ainda necessário mais análises para avaliação de sua eficácia. Mais testes serão realizados com o intuito de aprimorar a filtragem, devendo ser incluídos testes microbiológicos e comparativos nas amostras, com a finalidade de se obter água de qualidade para consumo humano.
Palavras-chave: potabilidade, comunidades amazônicas, tecnologia social