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Resumo

O presente trabalho tem como hipótese a existência de uma ética da irmandade do crime organizado do PCC em relação ao campo religioso nas comunidades, em especial na presença das igrejas neopentecostais. A hipótese inicial do trabalho era a de que haveria métodos de conversão utilizados com os menores nas áreas de periferia para atraí-las ao mundo do crime em comunidades evangélicas neopentecostais. Entretanto, os dados de campo adquiridos nos revelaram que o âmbito social desse conflito se dá por uma falta de confiança na presença do Estado nas áreas vulneráveis urbanas, desdobrando-se em dois sentidos de irmandade: primeiro, de uma ética da irmandade religiosa (com crescimento crescente da irmandade neopentecostal); segundo, uma irmandade do crime organizado com inspirações na ética da irmandade religiosa neopentecostal (na entrada, permanência e saída dos membros do mundo do crime). Assim, são quatro etapas que compõem os objetivos auxiliares para o alcance do objetivo central de nosso trabalho: 1) o delineamento do senso de irmandade como uma ética no âmbito religioso, com foco no evangelismo neopentecostal; 2) o sentido dessa ética da irmandade nos códigos de conduta dos membros do crime organizado, em especial do PCC; 3) a translação entre essas duas éticas nos contextos de indivíduos permeados por ambas; 4) a inferência filosófica e social do problema geral da ética nos modos de vida nas comunidades. Acreditamos, por esse caminho metodológico, alcançar um esclarecimento científico na vida social brasileira a respeito da forte e atual problemática sobre a presença do crime organizado e do crescente fenômeno das igrejas neopentecostais.

Palavras-chave: Irmandade , Crime Organizado , Neopentecostais