Ciências Humanas
Sociologia
Resumo
Entre os séculos XIV e XIX, cerca de dez milhões de africanos foram capturados e levados para as Américas, com aproximadamente três milhões e meio destinados ao Brasil. O passado sangrento colonialista do Brasil, é caracterizado por diversas formas de violência (física, psicológica e religiosa) e pelo racismo, que se perpetuaram na atualidade do país. Assim, pessoas afrodescendentes são subjugadas a um sistema que as invisibiliza, dificultando o acesso a direitos fundamentais inerentes à pessoa. Tal conjuntura recai sobre comunidades quilombolas em diferentes regiões do Brasil, principalmente ao se analisar a saúde odontológica dessas populações, uma vez que, o ponto de extrema importância é banalizado por conta de determinantes estruturais e intermediários. Este estudo então se propôs a compreender as condições de saúde odontológica entre comunidades quilombolas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul brasileiras, analisando questões geográficas, sociais, econômicas e históricas que prejudicam o acesso à saúde bucal dos povos originários. A pesquisa, de abordagem qualitativa e descritiva, baseados em assuntos teóricos, através de trabalhos acadêmicos e artigos que relataram a situação das comunidades quilombolas nas regiões supramencionadas. Os estudos evidenciaram que todas as regiões analisadas possuem uma má qualidade de saúde bucal, sendo as áreas rurais especialmente afetadas pela falta de acesso à água fluoretada, o que resulta em uma maior incidência de cáries na população. Além disso, o principal método para lidar com problemas odontológicos, principalmente quando há dor, é a extração, uma técnica invasiva.
Palavras-chave: Odontologia, Remanescentes de quilombos, Bem-estar