Ciências da Saúde
Saúde Coletiva
Resumo
A desigualdade de gênero e a falta de acesso a cuidados básicos de saúde, perseguem milhões de mulheres no Brasil e o índice de pobreza menstrual só aumenta e consequentemente infecções por bactérias. A composição majoritariamente plástica desses absorventes, que não são passíveis de reciclagem, constitui um fator preocupante para o meio ambiente e à saúde pública. Adicionalmente, o uso prolongado e inadequado de absorventes comuns associa-se a um aumento nos casos de infecções bacterianas. Nesse contexto desafiador, a proposta é a criação de um absorvente acessível que não apenas combata a pobreza menstrual, mas também reduza significativamente o impacto ambiental e atue como um agente antibacteriano. Esse absorvente é fabricado a partir de um plástico biodegradável obtido a partir da mandioca (Manihot esculenta), um recurso abundante na região da elaboração do projeto que é o Nordeste, ao qual é adicionada o extrato etanólico da folha de caju (Anacardium occidentale L.), um conhecido fruto da região. O processo de fabricação envolve técnicas cuidadosas, incluindo a secagem em uma estufa natural para prevenir o crescimento de fungos, testes in vitro com culturas de bactérias, extração de agentes antioxidantes da folha de caju, teste UV/VIS, extração do amido de mandioca, a preparação de polímeros e a montagem do próprio protótipo. Assim, o objetivo central desse projeto é acolher as mulheres afetadas pela pobreza menstrual por meio de um absorvente de baixo custo, ao mesmo tempo que enfrenta os desafios ambientais e de saúde relacionados aos absorventes descartáveis convencionais.
Palavras-chave: Absorvente biodegradável , Anacardium occidentale L, Antibacteriano