Ciências da Saúde
Saúde Coletiva
Resumo
Na década de 20, após a 1° Guerra Mundial, chegaram ao Brasil os primeiros absorventes para consumo - os famosos Modess. Treze anos depois, os Estados Unidos lançam o primeiro absorvente interno - O.B. Desde então, houve um vácuo histórico na criação de novas soluções para protetores menstruais devido ao tabu intitulado pela menstruação. Em primeiro plano, deve-se ressaltar a falta de informação e a condição precária dos indivíduos, em situação de rua, que menstruam. Visto que eles não têm acesso à banheiros, saneamento básico e produtos de higiene menstrual, como reafirma o relatório "Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos", lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que, no Brasil, cerca de 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro, e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Com isso, milhares de pessoas do sexo biológico feminino que menstruam em situação de rua, a fim de estancar o sangue menstrual, procuram por outras alternativas tais como terra, jornal, papelão e papel higiênico, as quais causam alergias, infecções e desequilíbrios na flora vaginal. Em vista disso, o Projeto Eva é um absorvente biodegradável - constituído por tecido de fibra de soja e plástico de bagaço de cana - de baixo custo benefício que tem o objetivo de trazer a dignidade menstrual a essas pessoas em vulnerabilidade social. Desse modo, intenciona-se direito à saúde higiênica básica, conhecimento e consequentemente melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Vulnerabilidade social, Higiene Menstrual, Dignidade menstrual