Engenharia
Sanitária
Resumo
A falta de acesso à água potável é um problema banal, que afeta milhões de domicílios no Brasil, incluindo Canindé de São Francisco, no alto sertão sergipano, situado no polígono das secas, onde 52% da população não possui a garantia desse recurso vital. Assim surgiu a ideia de encontrar maneiras de tornar a água de barreiro potável, que é uma fonte de água utilizada pelas comunidades, mas que, devido à grande quantidade de impurezas em suspensão, não é adequada para consumo. Visamos purificar essa água sem recorrer a coagulantes químicos e desenvolvemos um biopolímero extraído do quiabo, um fruto abundante na região, por meio das etapas: pesquisa teórica, preparação da mucilagem do quiabo, testes de otimização da mucilagem por litro de água, processo de purificação, avaliação de parâmetros como turbidez e cor, aplicação de questionários à comunidade e a aplicação do produto. Os resultados indicam que o biopolímero no processo de coagulação/floculação resulta em flocos grandes e eficazes na remoção de impurezas. Os parâmetros de turbidez e cor tiveram uma redução radical em faixas altas, tornando a água potável para o consumo. Além disso, o processo gera lodo, que pode ser usado como adubo, tornando-o sustentável. Na precificação, o uso do biopolímero para purificar um litro de água de barreiro tem um custo de apenas R$ 0,01, representando uma economia impactante em comparação com o preço de mercado. A comunidade correspondeu positivamente, com 97% das pessoas expressando interesse em usar a água tratada com o biopolímero, estando dispostos a pagar um pequeno valor por litro. Portanto, esse projeto oferece uma solução viável e econômica para a purificação da água do barreiro, atendendo às necessidades da população, que enfrenta desafios importantes de acesso à água potável, além de contribuir para cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU.
Palavras-chave: Barreiro, Purificação, Quiabo