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Resumo

O Estado do Amapá é rico em recursos naturais e sua localização privilegiada, na floresta Amazônica, também contribui para a variação desses recursos. Nessa imensidão de recursos, temos as fibras naturais, que são descartadas muitas vezes de forma irregular. Esse descarte traz consigo uma problemática de âmbito global, pois as fibras produzem gases que colaboram para o aumento do efeito estufa, como o gás metano. Na busca de uma solução, temos na construção civil a ausência de produtos e serviços ecológicos e sustentáveis em obras e lojas de construção. Nesse relatório, o objetivo foi utilizar a fibra do patauá do tipo Oenocarpus bataua na produção de produtos cerâmicos com a finalidade de utilizá-los na construção civil. Para tal feito, foram confeccionados corpos de prova cerâmicos com adição de 3% e 5% de fibra de patauá, além dos protótipos de referência. A argila utilizada para confecção dos corpos de prova foi retirada da comunidade do Maruanum. A comunidade do distrito do Carmo do Maruanum, distante 56 quilômetros da capital do Amapá, cidade de Macapá, fica às margens da estrada para o município de Laranjal do Jari. A comunidade do Maruanum é conhecida, tradicionalmente, pela boa qualidade da farinha de mandioca produzida pelos agricultores da região, e pelas louceiras que produzem panelas de barros. Há uma prática de misturar a argila com caripé (pronúncia popular do cariapé, designação das árvores do gênero Licania scabra), que é uma árvore nativa do Amapá, e somente as cascas do tronco da árvore são retiradas e queimadas para serem transformadas em cinzas, que, misturadas com a argila, dão consistência à massa para o preparo da louça. Os resultados obtidos demonstraram que a incorporação da fibra do patauá à argila caripé do Maruanum pode ser utilizada para fabricação de tijolos, telhas e revestimentos.

Palavras-chave: Oenocarpus bataua, Argila do Maruanum, Construção civil