Engenharia
de Materiais e Metalúrgica
Resumo
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) aponta que a indústria da moda compõe as mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis descartados por ano no Brasil. Além da quantidade de peças descartadas, a preocupação ambiental se estende aos materiais utilizados na produção das roupas, que são, majoritariamente, provenientes de petróleo. Alguns exemplos desses tecidos são os sintéticos, como náilon, acrílico, spandex e poliéster. O deserto do Atacama, no Chile, sofre há cerca de 15 anos com os descartes têxteis, mas agora o problema tem atingido proporções gigantescas, afetando 300 hectares, algo como 420 campos de futebol. Observando essa problemática, buscamos algumas ideias do que poderia ser feito, tendo como objetivo principal trazer esse material de volta ao uso. Adicionamos resina epóxi ao resíduo de tecido triturado, fazendo uma mistura e compactando na matriz. O percentual de tecido utilizado foi de 95% e 5% de resina, aplicando um tempo de cura de 24 horas. Fizeram-se também ensaios de compressão e de impacto no Instituto de Inovação em Metalmecânica. Os resultados para a compressão do compósito superaram a madeira e, no ensaio de impacto, os materiais se comportaram de forma equivalente ao serem submetidos ao processo de usinagem, fresagem, furação e rosqueamento, o que denota que o material apresenta algumas propriedades mecânicas que podem ter outras aplicações, como industrial, móveis, construção ou doméstica. Conclui-se que existe potencial na utilização de tecidos como matéria-prima para a criação de um novo material, sem a necessidade de pré-tratamento, apenas a mistura com a resina, sendo então uma alternativa totalmente viável, principalmente pela fácil aplicação na fabricação.
Palavras-chave: Material, Resíduo, Tecido