Engenharia
Sanitária
Resumo
A Tapirus terrestris, popularmente conhecida como anta, é o maior mamífero da América Latina e atualmente está em risco de extinção. O Refúgio Biológico Bela Vista, localizado em Foz do Iguaçu, faz abrigo a essa espécie e uma característica importante desses animais é que eles defecam na água, o que acarreta em um desafio para o zoológico que os mantêm. Uma das possibilidades de tratar esse ambiente de proteção ambiental é o aproveitamento das sementes de Moringa oleifera (moringa) no tratamento da água. As sementes de moringa são bastante comercializadas, porém 70% dos frutos que as abrigam são formados por valvas e cascas das sementes, os quais não possuem destinação adequada, mas que são propensos a serem utilizados em processos de compostagem e vermicompostagem por serem ricos em carbono. Devido a esses fatos, foi realizado o tratamento de floculação e coagulação da água da lagoa utilizada pelas antas com semente de moringa sem o óleo a fim de buscar uma alternativa de tratamento sustentável para os zoológicos. Além disso, o sedimento do fundo da lagoa, rico em dejeto de anta, foi utilizado em processo de vermicompostagem juntamente com as partes dos frutos de moringa. Os vermicompostos finais foram utilizados no desenvolvimento vegetal da Catharanthus roseus (vinca) e apresentaram melhores resultados do que o composto comercial. A utilização da Moringa oleifera como agente coagulante tem demonstrado um resultado bastante promissor por apresentar a diminuição da turbidez de forma semelhante a um coagulante comercial como o Al₂(SO₄)₃, nesse caso, podendo ser aproveitada como uma opção não prejudicial ao meio ambiente, assim como foi a produção de vermicompostos com os resíduos da lagoa e partes dos frutos de moringa. Dessa forma, este trabalho tem demonstrado os usos para todas as partes do fruto de moringa, se tornando uma alternativa sustentável e ecologicamente correta.
Palavras-chave: Tapirus terrestris, Coagulação, Vermicompostagem