Ciências Humanas
Educação
Resumo
Em muitas situações do nosso cotidiano, o volume dos sons está em níveis seguros e não prejudica a nossa audição, mas quando atingem volumes elevados, podem se tornar prejudiciais e desencadear a perda auditiva induzida, uma lesão causada pela exposição prolongada a ruídos intensos. Sendo o leitor uma pessoa que passou pela escola, deve conhecer a realidade de salas de aula ruidosas, com movimentação de cadeiras e mesas, barulho de equipamentos e principalmente o alto volume de vozes, e é inegável que tal perturbação sonora pode desencadear diversas reações que prejudicam o aprendizado dos alunos. Em uma Assembleia de Turma da 2ª série A da E. E. ngelo Scarabucci, o barulho em sala de aula foi apontado como um fator estressante e prejudicial ao desempenho acadêmico. Vale ressaltar também a preocupação com as dificuldades específicas geradas para um aluno com diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista (TEA), que por natureza tem hipersensibilidade auditiva. Nesse contexto, este projeto teve como intuito monitorar em tempo real o nível de ruído da sala de aula a partir de um protótipo físico com base em programação/Arduino e alertar a turma nos momentos de perturbação auditiva (com sinal visual) para que atitudes pudessem ser tomadas em prol da harmonização sonora do ambiente. Nas três primeiras semanas de medição (sem o conhecimento da turma), verificou-se que, em média, o limite de ruído foi excedido 61 vezes por aula. Após a conscientização e o conhecimento da turma sobre o projeto, e com a exibição de um sinal visual de alerta (giroflex), foi possível observar um resultado significativo, tendo uma redução total de 35% na quantidade de vezes em que o nível de ruído ultrapassou o limite pré-determinado ao longo das três semanas seguintes. Portanto, além de beneficiar diretamente o aluno autista em questão, essa iniciativa tem o potencial de aumentar a conscientização e fortalecer a inclusão na educação, fomentando uma sociedade mais inclusiva.
Palavras-chave: Ruído em sala de aula, Autismo, Monitoramento sonoro