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Resumo

Neste trabalho, investigamos o que ocorre com crianças latino-americanas imigrantes ao chegarem nos Estados Unidos sem seus pais. A importância desse tema é que, normalmente, em noticiários, os imigrantes maiores de idade recebem mais atenção. Esses imigrantes podem falar como chegaram até ali. Eles buscam emprego e são envolvidos em disputas políticas. As crianças acabam se perdendo de vista. Não significa que a imigração infantil seja irrelevante. A imigração de jovens é relevante, por exemplo, para entendermos o tráfico sexual e, não menos importante, a relação da imigração e do mercado de trabalho. Nos Estados Unidos, que é o recorte desta pesquisa por ser um principal destino migratório do mundo, essas crianças trazem um complicador: muitas vezes, cruzam a fronteira sem seus pais ou adulto responsável. O que acontece com elas? A partir da consulta de artigos, revistas científicas e relatórios institucionais, descobrimos que muitos imigrantes saem de países latino-americanos, como Honduras e Guatemala, para buscar melhores condições de vida ou fugir de revoltas sociopolíticas e desastres ambientais. Quando os imigrantes são crianças desacompanhadas, são direcionados para responsáveis dentro da própria comunidade de imigrantes daqueles países. Esses responsáveis possuem, todavia, laços distantes com essas crianças (isso se possuem algum laço), de modo que elas continuam expostas ao abuso e ao trabalho infantil. Descobrimos também que grandes empresas dos Estados Unidos são beneficiadas por esse tipo de trabalho, cujo custo é menor do que contratar adultos. Tendo isso em vista, concluímos que a realidade dessas crianças imigrantes desacompanhadas é de ampla vulnerabilidade e que essa vulnerabilidade tem encontrado lugar dentro da economia do país. Ao final da pesquisa, chegamos a mais perguntas: por que empresas do país estão recorrendo ao trabalho infantil de imigrantes e qual o impacto disso para a sociedade norte-americana?

Palavras-chave: Trabalho infantil, Imigrantes, Estados Unidos