Ciências da Saúde
Saúde Coletiva
Resumo
O aumento dos casos de arboviroses ligadas ao A. aegypti e os entraves sanitários-ambientais dos atuais inseticidas sintéticos são desafios para combate ao mosquito vetor. Os extratos vegetais ricos em compostos bioativos podem ser substitutos aos inseticidas convencionais. Assim, este projeto objetivou desenvolver biocelulose (CB) para liberação controlada de extrato de folhas de pião-roxo para combate ao A. aegypti. Produziram-se e testaram-se extratos hidroalcóolicos com diferentes partes de Pinhão-roxo (Jatropha gossypiifolia) sobre a mortalidade de larvas do A. aegypti. Analisaram-se os extratos com maior atividade inseticida por cromatografia líquida de alta eficiência e espectrometria de massas. Adotou-se um planejamento fatorial 2² (DCCR) com metodologia de superfície de resposta avaliando-se a influência da concentração de extrato (mg/mL) e Tempo de contato (min) na resposta mortalidade (%) de larvas (bioensaios). Um DCCR 2² foi utilizado para otimizar a síntese das CBs em cultivo estático por 14 dias em meio contendo farinha da casca de abóbora e sacarose, tendo como cultura starter o resíduo de fermentação de bebida não-alcóolica. Após caracterização físico-química e mecânica, as CBs foram impregnadas com o extrato de folha do pinhão-roxo e aplicadas nos bioensaios. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p<0,05). Estudou-se o efeito residual, a fitotoxicidade e calcularam-se os custos de obtenção (custeio por absorção) e comercialização do produto (MarkUp). O extrato da folha apresentou perfil fitoquímico diverso sendo mapeados diversos compostos fenólicos com atividade ovicida, pupicida e larvicida, sendo uma alternativa ecológica e de baixo custo (R$0,23 a unidade) para combate à proliferação do mosquito. Evidenciou-se efeito residual longo de 35 dias. Ademais, o produto não apresentou fitotoxicidade, podendo ser utilizado pela população brasileira.
Palavras-chave: Biocelulose, Arboviroses, Biotecnologia