Ciências Sociais e Aplicadas
Serviço Social
Resumo
As amas de leite eram mulheres indígenas ou negras forçadas a amamentar os filhos de seus senhores. A prática da amamentação era feita por elas, pois acreditava-se que o ato “estragava” o corpo feminino das mulheres brancas principalmente. Então, encarregar as mulheres com condição social e de raça considerada inferior era a “solução” encontrada. Até hoje, mulheres que atuam no cuidado doméstico são herdeiras histórico-culturais dessas amas de leite, agora chamadas de babás. Muitas vezes, nem empregadas formalmente essas mulheres estão. De acordo com Rita Segato, em seu livro “A crítica da colonialidade em oito ensaios”, a historiografia brasileira não registra o papel das amas de leite ou babás em seu grande catálogo dos tipos e ofícios das mulheres brasileiras. Ciente da exploração sofrida por mulheres escravizadas como amas de leite e dos reflexos sociais e raciais que se preservam até hoje, entendemos que são urgentes ações empíricas de combate ao racismo estrutural e ao sexismo. Foi pensando nisso que o projeto “Recordando histórias apagadas” nasceu: queremos mostrar um pouco dessas mulheres esquecidas pelos livros de história, por meio de um rol de imagens da época, mostrando as amas de leite com as crianças brancas. Junto a isso, nosso projeto também busca expor as práticas contemporâneas dessa forma de exploração, criando um paralelo entre o passado e o presente e, através disso, disseminando informação e ampliando a voz de pessoas que foram caladas e esquecidas. Isso tudo foi feito em formato de livreto digital, disponível online para todos que desejarem conhecer mais dessa história. Na primeira parte, fizemos uma mostra visual do passado e, na sequência, a mostra visual para o presente com reflexões sobre o papel social das mulheres com trabalhos similares aos das amas de leite nos dias de hoje.
Palavras-chave: Amas de leite, Reflexo, Esquecimento